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Edital da Polícia Militar exige ‘masculinidade’ dos candidatos e gera polêmica

Documento ainda exige que candidatos tenham "grau médio ou diminuído" de emotividade e que a "amabilidade" deles seja baixa.

Atualizado em 13/08/2018 22:37:49

Um edital lançado recentemente pela Polícia Militar do Paraná (PM-PR) tem causado polêmica. É que o documento exige no anexo II, referente ao curso para cadetes, que todos os candidatos tenham um grau "regular" de "masculinidade".
A habilidade, avaliada no "Perfil Profissiográfico - Avaliação Psicológica", determina que "o indivíduo não pode se impressionar com cenas violentas", deve "suportar vulgaridades", não se "emocionar facilmente" e tampouco "demonstrar interesse em histórias românticas e amor".
O texto ainda recomenda que o grau de emotividade dos candidatos seja "médio ou diminuído", classificando o sentimento como "expresão de vibrações, choques ou comoções interiores das funções psicológicas e fisiológicas". Outra exigência é que a amabilidade ("capacidade de expressar-se com atenção, compreensão e empatia às demais pessoas, buscando ser agradável, observando opiniões alheias, agindo com educação e importando-se com suas necessidades") precisa ser baixa.
A Aliança Nacional LGBTI emitiu uma nota na qual repudiou as exigências do edital, pedindo a intervenção do Ministério Público no sentido de substituir o documento, classificado como "retrocesso discriminatório e permeado por machismo, chauvinismo, patriarcalismo, sexismo, binarismo de gênero, heteronormatividade".
Ainda segundo a instituição, o edital iria contra a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição da República no que diz respeito à igualdade entre todas as pessoas e sugere uma "tendência demasiadamente preocupante de recrudescência de valores que beiram o fascismo e ameaçam a própria democracia no Brasil."
"Apelamos à governadora Cida Borghetti e à Comandante-Geral da Policia Militar do Paraná, a Coronel Audilene Rosa de Paula Dias Rocha, para que o Edital seja revogado imediatamente.
Pedimos a atuação imediata do Ministério Público do Paraná para que o Edital seja revogado e substituído por um que esteja livre de aspectos que reforcem as desigualdades e injustiças presentes na sociedade atual.
Solicitamos também que a Universidade Federal do Paraná, através do seu Núcleo de Concursos, por meio do qual se publicou o referido Edital, faça valer seu compromisso declarado publicamente de promoção da igualdade entre os gêneros e do combate à discriminação, inclusive por orientação sexual e identidade de gênero.
Solicitamos outrossim ao Conselho Federal de Psicologia e ao Conselho Regional de Psicologia do Paraná, assim como a Ordem dos Advogados do Brasil e suas Comissões de Diversidade Sexual e de Genêro, que se posicionem sobre o conteúdo do Edital”.

(Com informações: Bem Paraná)


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