Foz do Iguaçu e Londrina estão entre os seis municípios brasileiros selecionados para essa nova fase do método Wolbachia. A escolha das cidades foi baseada em critérios como o número de habitantes, incidência de dengue nos últimos anos.
Atualizado em 27/08/2024 15:35:21
Nesta segunda-feira (26), Foz do Iguaçu deu início a uma nova e promissora estratégia no combate ao Aedes Aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, Zika e Chikungunya. A cidade começou a soltura de mosquitos contaminados com a bactéria Wolbachia, uma tecnologia inovadora que promete reduzir significativamente a incidência dessas doenças.
A Wolbachia, uma bactéria naturalmente encontrada em diversos insetos, é utilizada para interferir na capacidade do Aedes Aegypti de transmitir vírus aos seres humanos. O trabalho dos chamados "Wolbitos" consiste em contaminar o mosquito transmissor através do acasalamento. Quando um mosquito com Wolbachia se acasala com um Aedes Aegypti, a bactéria é passada para a próxima geração, diminuindo a capacidade de transmissão de doenças.
Esses mosquitos são criados em incubadoras e, ao serem soltos na natureza, disseminam a bactéria para outros Aedes Aegypti, estendendo a proteção para toda a cidade. A técnica já foi aplicada com sucesso em várias cidades ao redor do mundo, e no Brasil, onde houve a redução de até 70% nos casos de dengue em regiões que adotaram a estratégia.
Foz do Iguaçu e Londrina estão entre os seis municípios brasileiros selecionados para essa nova fase do método Wolbachia. A escolha das cidades foi baseada em critérios como o número de habitantes, incidência de dengue nos últimos anos, clima favorável e infraestrutura adequada para implementar o programa.
A previsão é de que, até o final do ano, cerca de 1,3 milhão de mosquitos Wolbitos sejam liberados semanalmente em Foz do Iguaçu. Especialistas esperam que os resultados dessa iniciativa comecem a surgir nos próximos dois anos, trazendo uma significativa redução nos casos de arboviroses e, consequentemente, melhorando a saúde pública na região.
A implementação dessa tecnologia em Foz do Iguaçu representa um passo importante na luta contra a dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, com potencial para servir como modelo para outras cidades brasileiras.
Foto: Prefeitura de Joinville