A discussão agora chega à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), onde um projeto de lei apresentado pelos deputados Alexandre Curi (PSD) e Tito Barichello (UB) propõe penalidades para o uso de drogas em locais públicos.
Atualizado em 22/01/2024 11:31:07
A iniciativa de cidades como Araucária e Balneário Camboriú em implementar leis que impõem multas a indivíduos flagrados consumindo substâncias ilícitas em espaços públicos está ganhando espaço no cenário legislativo estadual. A discussão agora chega à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), onde um projeto de lei apresentado pelos deputados Alexandre Curi (PSD) e Tito Barichello (UB) propõe penalidades para o uso de drogas em locais públicos.
O projeto define que ruas, rodovias, calçadas, estacionamentos, praças, áreas verdes e praias são ambientes sujeitos a multas para o consumo dessas substâncias. Em caso de reincidência dentro de um ano, a penalidade será dobrada. O valor inicial da multa corresponderá a um salário mínimo. Se aprovada, a lei destinará os recursos provenientes das multas ao Fundo Especial de Segurança Pública do Paraná (FUNESP).
A discussão em torno do poder dos entes subnacionais, como estados e municípios, para estabelecer normas específicas, como a imposição de multas pelo uso de drogas em espaços públicos, evidencia uma complexa interação entre as legislações locais e federais.
Especialistas divergem sobre a invasão de competências federais, considerando que a União já regula substâncias ilícitas por meio de legislações específicas. A preocupação reside na manutenção de uma política de drogas uniforme em todo o país. Por outro lado, há defensores da autonomia dos entes subnacionais, argumentando que municípios e estados, por estarem mais próximos das realidades comunitárias, possuem maior capacidade para desenvolver abordagens efetivas e adequadas à sua realidade.
Os dados do Ministério da Saúde e de organizações não governamentais apontam variações significativas no padrão de consumo de drogas entre diferentes regiões do Brasil. Essa diversidade justificaria uma legislação diferenciada, mas o desafio reside em equilibrar a autonomia local com a necessidade de uma política nacional consistente sobre drogas, evitando conflitos legais e assegurando a proteção dos direitos individuais.