Os crimes investigados incluem abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, além de destruição, deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Atualizado em 11/06/2024 17:48:59
O goioerense João Cláudio Tozzi foi condenado por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (11) por envolvimento em atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023 contra os Três Poderes em Brasília. Sua pena pode chegar a 20 anos de prisão.
Tozzi, considerado um extremista, está preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) em Maringá desde 9 de novembro de 2023, após ser localizado em Engenheiro Beltrão. Ele participou dos atos terroristas em Brasília, onde golpistas invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, promovendo violência e causando danos generalizados a imóveis, móveis e outros objetos dos edifícios.
A identificação de Tozzi foi possível através da coleta de impressões digitais nas vidraças do STF após os ataques. Durante as investigações, a polícia encontrou vídeos que flagraram sua invasão ao Supremo, destacando-se uma cena em que ele se senta na cadeira de um dos ministros.
Os crimes investigados incluem abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, além de destruição, deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
O julgamento, iniciado em 31 de maio, terminou às 23h50 de segunda-feira, 10 de junho. Todos os ministros seguiram o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, acolhendo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinando a condenação de Tozzi.
Existem especulações sobre uma possível delação premiada que poderia reduzir a pena de Tozzi. A delação envolveria a identificação das pessoas que teriam financiado a viagem e as despesas do grupo que se dirigiu a Brasília em 7 de janeiro, culminando nos eventos violentos do dia seguinte. Tozzi teria mencionado essa possibilidade em uma mensagem enviada em setembro de 2023 para um telefone de Goioerê, onde expressou um sentimento de abandono após os acontecimentos e manifestou a intenção de futuramente confessar e detalhar os fatos.
Com a condenação pelo STF, Tozzi deverá ser transferido para a Penitenciária da Papuda, em Brasília.